Assédio moral no trabalho em tempos de crise

Abstract

Resultado de pesquisa bibliográfica qualificada, o presente trabalho aborda o tema aqui chamado “Assédio Moral no Trabalho em Tempos de Crise” com objetivo de discutir, analisar e tentar estabelecer relações entre a evolução dos casos de assédio moral nas organizações e a atual conjuntura econômica brasileira. Sabe-se que a crise no âmbito econômico tende a desencadear, entre outras consequências, diminuição dos postos de trabalho, acirramento da concorrência e da competividade nos mercados, maior cobrança por produtividade e melhores resultados financeiros, sobrecarga de trabalho etc. Verifica-se, ainda, que a crescente globalização e as recentes mudanças no cenário organizacional também interferem nas estatísticas de assédio moral dentro das corporações. Esse tipo de assédio pode ser definido por um conjunto de condutas que expõe o trabalhador (vítima) a situações de humilhação, opressão e/ou ameaça, provocadas por um superior hierárquico (assediador). Em casos dessa natureza, atitudes, palavras ou ações inadequadas geram constrangimentos no ambiente de trabalho. Embora os trabalhadores vitimados sejam, sem dúvida, os maiores prejudicados (com sequelas que não se restringem à esfera profissional, mas também podem envolver aspectos sociais e psicológicos), é inegável que os casos de assédio moral também trazem uma série de prejuízos às empresas envolvidas. Geralmente são as corporações que pagam a maior parte da conta pela ação dos assediadores, seja por meio de perdas financeiras (decorrentes de eventuais quebras de produtividade, necessidade de fazer demissões e novas admissões, pagamentos de indenizações trabalhistas às vítimas de assédio etc.), seja por danos causados à imagem da empresa (em sua credibilidade e/ou prestígio). As discussões e análises geradas a partir deste trabalho nos permitem relacionar a crise econômica que nosso país atravessa com a elevação dos casos de assédio moral que estão ocorrendo nas empresas, uma vez que as dificuldades financeiras também aumentam a pressão sobre os trabalhadores, visando melhoria da produtividade e manutenção dos patamares de lucro, por exemplo. Estipular metas de crescimento faz parte da rotina saudável de qualquer empresa, mas, especialmente em momentos como o que estamos vivendo, é muito importante que os empresários e a sociedade como um todo estejam atentos à forma como essas cobranças vêm sendo feitas aos funcionários. Caso contrário, corremos o risco de incluir um número cada vez maior de trabalhadores em situações que podem se configurar como assédio e/ou constrangimento moral.