Codependência: um modo de viver do sofrimento

Abstract

O uso de drogas psicoativas consiste num evento presente nas diversas partes do mundo; os estudos inicias colocam geralmente seu foco apenas no dependente químico, porem conviver diretamente com o uso abusivo de drogas faz com que membros da família vivenciem dificuldades ao lidar com essa problemática. Ao visualizarmos a família como parceira no tratamento do dependente químico, precisamos atentar para as necessidades e dificuldades desse grupo e para seu adoecimento. Esse trabalho tem por objetivo identificar as características emocionais de um codependente que convive com o dependente químico e apresentar as abordagens terapêuticas, realizadas pelo Enfermeiro. Trata-se de uma revisão de literatura interativa, que foi desenvolvida por meio de material elaborado em livros, artigos, teses, dissertações e publicações digitais. Os resultados mostram que a codependência se inicia quando uma pessoa, numa relação comprometida com um dependente, tenta controlar seu comportamento na esperança de ajuda-lo e como consequência dessa busca mal sucedida de controle das atitudes do próximo, a pessoa acaba perdendo o domínio sobre seu próprio comportamento e vida. Os principais sentimentos presentes na vida destes são: raiva, ressentimento, dor, medo, culpa, vergonha, baixa estima, negação, decepção. As ações do Enfermeiro devem estar focadas na promoção da saúde mental e na prevenção de patologias que possam surgir devido ao estresse vivenciado, devendo estar preparado para perceber sinais e sintomas e atuar junto aos mesmos, desenvolvendo funções técnicas, realizando funções de socializador e terapeuta. Conclui que dependência química em um dos familiares causa consequências danosas, provocando rupturas e desorganização das relações interpessoais, com consequente prejuízo na qualidade de vida e na saúde daqueles que convivem. O enfermeiro deve resgatar a família como unidade que cuida, mas que também precisa ser cuidada e, dentro dessa perspectiva, estar preparado para perceber sinais e sintomas de codependência e atuar junto aos membros.