Frequência de aloimunização em doentes falciformes: revisão sistemática

Abstract

A doença falciforme (DF) é uma hemoglobinopatia hereditária causada por uma mutação no gene que codifica a cadeia ß da globina substituindo uma base nitrogenada pela outra, alterando a trinca de bases de GAC para GTC o que modifica a carga elétrica do aminoácido formado, resultando em uma das maiores características da HbS, o eritrócito em forma de foice. As doenças falciformes mais frequentes são a HbSS caracterizada pela anemia falciforme, a HbSß+ e a HbSß0 conhecidas como ß-talassemias com deficiência na produção de cadeia ß e ausência de produção de cadeia ß, respectivamente, e pôr fim a HbSC que é uma das formas da doença falciforme. Esses pacientes normalmente quando estão em crise falciforme, necessitam de transfusão de hemocomponentes e uma das consequências da transfusão sanguínea é a aloimunização que está diretamente ligada a fatores como etnia, gênero, idade, frequência de transfusões, levando em consideração que o paciente é exposto a antígenos eritrocitários muitas vezes não próprios. Para o presente estudo, 16 trabalhos se encaixaram aos critérios de inclusão e exclusão, dentre eles 5 com modelo de coorte com 28.152 pacientes estudados e 824 formaram anticorpos e 11 estudos com modelo transversal com 9.601 pacientes sendo que 2.331 formaram anticorpos. São datados de 2005 até 2020, dos quais abordam a aloimunização em doentes falciformes, sem restrição de país e idioma, com uma população diversificada, entre eles, homens, mulheres e crianças de todas as idades, poli transfundidos, ou seja, com mais de 1 transfusões de concentrado de hemácias. Os principais anticorpos encontrados são dos grupos sanguíneos Rh, Kell e Kidd.