Treinamento muscular respiratório em pacientes neurológicos : uma revisão sistemática

Abstract

Pacientes neurológicos apresentam diminuição da função muscular respiratória devido ao comprometimento no controle central da respiração. Esse comprometimento resulta em uma tosse ineficaz, com diminuição da capacidade de proteção e depuração das vias aéreas e aumento do risco de infecções respiratórias. As infecções respiratórias impactam na qualidade de vida e no aumento de óbitos. O treinamento dos músculos respiratórios tem o potencial de aumentar a função dos músculos respiratórios em indivíduos saudáveis. Os objetivos desse estudo foram verificar os efeitos do treinamento muscular respiratório e quais os principais protocolos utilizados em pacientes neurológicos. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura realizada seguindo as diretrizes da recomendação PRISMA. Integraram a pesquisa as bases de dados: MEDLINE e LILACS, com buscas durante o período de setembro de 2018 a outubro de 2019, nos idiomas português e inglês, publicados nos últimos 10 anos. Utilizados os descritores: Treinamento Muscular Respiratório, Músculos Respiratórios, Força muscular respiratória, Doenças do Sistema Nervoso Central, Acidente Vascular Encefálico, Esclerose Múltipla e Distrofias Musculares associados aos operadores boleanos ?AND? e ?OR?. Os critérios de inclusão compreenderam aos artigos de ensaios clínicos controlados e/ou randomizados e observacionais que abordassem o treinamento muscular respiratório em pacientes adultos com fraqueza muscular respiratória e diagnóstico médico de portadores de esclerose múltipla, distrofias musculares ou após acidente vascular encefálico. Os critérios de exclusão compreenderam aos artigos cujos participantes tivessem associação de outras patologias ou cujo tratamento tivesse associação de outras intervenções. O levantamento bibliográfico resultou em 2201 resultados, 9 foram selecionados para avaliação detalhada e 5 contemplaram às exigências da pesquisa para análise e discussão dos dados. A qualidade foi analisada a partir da escala PEDro. Indivíduos com AVE submetidos ao TMR apresentaram aumento da força muscular respiratória, resistência muscular inspiratória, função cardiopulmonar e metabólica, status funcional e qualidade de vida e diminuição de complicações respiratórias e dispneia. Além disso, foi observado que protocolos mais empregados na prática clínica utilizaram os seguintes dispositivos: válvula respiratória Orygendual®, válvula respiratória Threshold® e exercitador respiratório Rium®.