Avaliação do processo de mielinização por meio da ressonância magnética encefálica

Abstract

Antes das imagens por ressonância magnéticas serem possíveis a avaliação do nível de maturação encefálica era realizada apenas com a história clínica, exames neurológicos ou histológicos. O método de aquisição de imagens por ressonância magnética é sensível às alterações do hidrogênio presente nas moléculas de água e de gordura, e o desenvolvimento da camada interna da mielina, que devido aos seus componentes é hidrofóbica, causa a diminuição da quantidade de água entre as multicamadas lipoproteicas. A avaliação qualitativa do progresso da mielinização é realizada por meio de imagens ponderadas em T1 e T2 enquanto a avaliação quantitativa é possível por meio da técnica mcDESPOT, que utiliza pós-processamento de imagens T1 e T2 elaborando um mapa da fração de água da mielina. No tecido encefálico não mielinizado a substância branca apresentará hipossinal em comparação à substância cinzenta em imagens com ponderação T1, e hiperssinal em relação à substância cinzenta em imagens pesadas em T2. Durante o processo de mielinização este padrão irá se inverter, apresentando a substância branca mielinizada com sinal mais alto que a substância cinzenta em imagens T1, e com sinal mais baixo em T2. Essa mudança de sinal ao decorrer da maturação ocorre devido ao aumento da quantidade de lipídios e proteínas e diminuição da quantidade de água presente no encéfalo. Sendo assim é importante conhecer os padrões da progressão da mielina ao decorrer do tempo a fim de se utilizar a técnica de aquisição mais adequada para a sua avaliação em cada faixa etária.