Alterações imunológicas em decorrência da solidão e do isolamento social: o impacto da pandemia de COVID-19 e de outras situações

Abstract

A quarentena da COVID-19, com o confinamento da população, levou a mudanças de hábitos no geral, aumentando o número de casos relacionados à solidão e ao isolamento social. Os dois fatores são possíveis causadores de mudanças imunológicas. O objetivo deste trabalho foi realizar um levantamento de informações e dados relatados na literatura, a fim de exemplificar e compreender os possíveis fatores e mecanismos imunes que levam a alterações imunológicas relacionadas à solidão e ao isolamento social. Uma revisão de estudos foi feita em bases de dados, artigos científicos e sites. Alguns mecanismos psiconeuroimunológicos foram revisados, como o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (HPA), sistema nervoso simpático, hormônios adrenérgicos e glicocorticoides, além da Resposta Transcricional Conservada à Adversidades (CTRA). Alterações imunológicas foram identificadas, como o aumento da inflamação e das células de linhagem mieloide, assim como a diminuição da resposta antiviral e síntese de anticorpos. Experimentos, além de confirmarem esses mecanismos, demonstraram a piora na resposta de vacinas e maior chance de infecção viral em pacientes solitários e isolados socialmente. No período da pandemia, um artigo foi localizado, no qual demonstrava um aumento da razão neutrófilos/linfócitos (NLR), porém sem alterações significativas nos níveis de proteína C-reativa (PCR). Os dados pré-pandemia apresentam correlação com o aumento de neutrófilos, indicativo de inflamação, e aumento da linhagem mieloide, enquanto que a PCR levou a correlações divergentes. As variáveis e limitações presentes no estudo devem ser consideradas para uma conclusão mais precisa.