Patofisiologia da infecção por SARS-Cov-2 e o uso de plasma de doadores convalescentes no tratamento de pacientes graves com Covid-19

Abstract

A COVID-19 (coronavírus disease 2019) é uma nova doença infectocontagiosa causada pelo vírus SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome), um ß-CoV, pertencente à família Coronaviridae e subfamília Coronavirinae, descoberto inicialmente em Wuhan, na China, em dezembro de 2019, causador de graves pneumonias. O vírus disseminou-se rapidamente pelo mundo e, em pouco mais de um ano de pandemia, este já infectou mais de 130 milhões de indivíduos levando 2 milhões a óbito. Atentando-se a este cenário, a administração de plasma convalescente foi recomendada como uma medida emergencial a fim de promover imunidade imediata àqueles que necessitam de apoio hospitalar, uma vez que este processo envolve a retirada do plasma, o qual contém anticorpos antivirais específicos para SARS-CoV-2, proveniente de pacientes recuperados da COVID-19. Esta imunoterapia foi utilizada nas epidemias de Ebola, SARS-CoV-1 e MERS-CoV obtendo resultados promissores, propondo grande efetividade para o causador da pandemia atual, visto que estudos citados neste trabalho demonstraram que após a administração do plasma em um tempo médio de 16,5 dias, os pacientes participantes obtiveram resultados substancialmente melhores nos aspectos sintomáticos (febre, falta de ar, baixa saturação, tosse, dores de cabeça e garganta), laboratoriais (marcadores hematológicos e bioquímicos) e radiológicos (lesões pulmonares em geral) em poucos dias após a transfusão, o que acarretou em uma queda nos dias de internação e uma importante redução na taxa de mortalidade deste grupo.