Estresse crônico leva à alteração na resposta imune por interações entre o sistema imunológico e neuroendócrino

Abstract

O estresse é uma condição natural que acomete 90% da população mundial e tem sido avidamente estudado por muitos anos, trazendo diversos resultados, muitas vezes conflitantes. Ele leva a uma ativação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA) e do sistema nervoso simpático (SNS) trazendo diversas consequências para a saúde dos indivíduos. Sua influência se dá, principalmente, por meio dos glicocorticoides e neurotransmissores. Foi realizada pesquisa nas bases de dados SciELO e PubMed® para esclarecer as interações neuroendócrinas e imunológicas envolvidas no estresse crônico. O estresse crônico pode levar imunossupressão devido sua interação com os glicocorticoides, que tem ações anti-inflamatórias e imunossupressoras bem estabelecidas. Casos de gripe e resfriado são mais relatados em pessoas expostas ao estresse crônico, devido a mudança na resposta Th1/Th2 desencadeada pelos glicocorticoides. A resposta Th2 ainda é exacerbada devido a presença da IL-33, uma citocina que, recentemente, foi encontrada aumentada em situações de estresse. Devido às interações entre o sistema nervoso simpático, sistema imunológico e o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, pessoas cronicamente estressadas teriam maiores chances de desenvolver doenças autoimunes, câncer, alergias e infecções.