Possíveis mutações nas estirpes do vírus Zika favorecem a sua virulência e transmissão?

Abstract

Vírus Zika (ZIKV) é da família Flaviviridae, gênero Flavivirus, e a seu genoma é constituído por uma molécula de RNA, fita simples e de sentido positivo. A sua transmissão dá-se pela picada de mosquitos infectados, principalmente pelos mosquitos Aedes aegypti (comum nos trópicos e subtrópicos) e Aedes albopictus (encontrado principalmente no Mediterrâneo). Em setembro de 2015, começaram a surgir relatos de aumento no número de bebês nascidos com microcefalia nas áreas afetadas pelo ZIKV. Em 1º de fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou que a surto do ZIKV constituía uma emergência interacional de saúde pública devido a possível ligação a microcefalia a outras síndromes neurológicas. Apenas casos humanos esporádicos relacionados ao ZIKV foram registrados até a ano de 2007 com destaque para circulação do vírus por países da Oceania e a epidemia na Polinésia Francesa. Desde então, o vírus foi detectado em um ritmo crescente em vários países da América do Sul, Central e Caribe. A razão para o surgimento súbito e ampla disseminação do ZIKV permanece indefinida. Há a hipótese de que uma evolução na adaptação do ZIKV ao seu vetor levou à transmissão eficiente do vírus pelos mosquitos Aedes, dificultando a diferenciação dessas espécies causando a doença no humano. Situação semelhante foi observada no vírus chikungunya (CHIKV).