Transtorno depressivo maior e epigenética: o papel do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) como biomarcador

Abstract

O transtorno depressivo maior é caracterizado pela presença de anedonia, distúrbios de sono, redução de apetite e energia, humor depressivo, concentração reduzida e pensamentos suicidas, dentre outros. Estes sinais e sintomas são relatados deste o antigo Egito, em diversos documentos históricos ao longo do desenvolvimento da história humana. O manual de diagnóstico e estatístico de transtornos mentais tornou-se um marco, por abordar de forma mais acessível, os critérios para o diagnóstico de transtornos depressivos. Estima-se que 322 milhões de pessoas sofram deste transtorno ao redor do mundo, sendo mais prevalente em mulheres. A teoria da plasticidade neuronal busca presumir uma etiologia para os transtornos depressivos, associando mecanismos epigenéticos como modificações em histonas, micro-RNAs e metilação de DNA, à uma redução na concentração do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). O BDNF é uma proteína, da família das neurotrofinas, responsável por induzir um aumento na sobrevivência celular e fortalecimento das sinapses. Inúmeros estudos evidenciam baixas concentrações de BDNF plasmático/sérico em pacientes com transtorno depressivo maior, podendo voltar a concentrações normais após tratamento. Desta forma, esta proteína tomou-se um dos principais candidatos a biomarcador, assim como, um possível fator para analisar a eficácia de tratamentos antidepressivos.