O paciente com doença renal crônica frente aos gestores de saúde pública e sua necessidade de transplante no estado de Alagoas: uma análise qualitativa quanto aos referenciais bioéticos da vulnerabilidade, equidade, prudência e alteridade

Abstract

Contexto: A Doença Renal Crônica (DRC) pode ser progressiva e culminar com a perda da função renal. Caso a doença evolua, será necessário tratamento de substituição, podendo chegar ao Transplante Renal (TR). Apesar de haver uma necessidade crescente, a quantidade de TR no estado de Alagoas é muito baixa. A pouca oferta desse tipo de tratamento tira do paciente as chances de cura para sua doença, tornando-o mais vulnerável à sua situação clínica. Objetivo: Analisar quanto aos referenciais bioéticos da vulnerabilidade, equidade, prudência e alteridade a atenção dada por parte dos gestores de saúde pública em Alagoas ao paciente com DRC que necessita de TR. Tipo de estudo: Qualitativo, por meio de entrevista presencial, aberta e estruturada. Local: Serviços públicos e privados de saúde, além da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas. Amostra: Secretário estadual de saúde; superintendente de atenção à saúde; coordenador da organização de procura de órgãos e tecidos (OPO); coordenador da equipe de transplante; coordenadores médicos das clínicas de nefrologia; coordenadores médicos dos Serviços de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU); coordenadores médicos das Unidades de Terapia Intensiva (UTI); representante da Associação dos Renais Crônicos de Alagoas (ARCAL). Variáveis: Aumento da vulnerabilidade, seguido da falta de prudência, equidade e alteridade. Resultados: Foram entrevistados 14 participantes de pesquisa, evidenciando-se saturação de eventos o que sugere incompetência gerencial por parte da secretaria de saúde em administrar programas e recursos voltados para o transplante; é marcante o quanto o paciente que necessita ser transplantado encontra-se afastado dos programas de transplantes e das políticas públicas de saúde do Estado; o esquecimento sofrido por aqueles que necessitam ser transplantados, assim como daqueles que podem doar o órgão, faz pensar que os gestores de saúde do Estado não se importam com tal necessidade. Conclusão: A Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas e seus gestores, mediante incompetência na gestão da saúde pública, aumentou a vulnerabilidade e promoveu a falta de equidade, prudência e alteridade com o paciente portador de DRC e que necessita de transplante renal.

Context: The Renal Chronic Disease (RCD) can be progressive and culminate with the loss of renal function. In the case the disease progresses, it will be necessary a substitutive treatment, even the Kidney Transplant (KT). Although there is a growing need, the quantity of KT in the state of Alagoas is very small. The low offering of this kind of treatment takes out of the patient the chances of cure to his disease, and he becomes more vulnerable to his clinical condition. Objective: Analyzing as the bioethical ground principles of vulnerability, equity, prudence and alterity the attention given to the RCD patient who needs KT, by the public health managers at Alagoas. Study type: Qualitative, through the use of present interview, open and structured. Place: Public and private health services, and the Secretary of State for Health of Alagoas. Sample: Secretary of State for Health; superintendent of attention for health; coordinator of the organization of search for organs and tissues (OPO); coordinator of transplantation team; physicians coordinators of nephrology clinics; physicians coordinators of Mobile Emergency Attendance Services (SAMU); physicians coordinators of Critical Care Unities (CCU); Alagoas Chronic Renal Patients Association (ARCAL) representative. Outcomes: Vulnerability increase, followed by lack of prudence, equity and alterity. Results: Fourteen research participants were interviewed and it was evident the saturation of events what suggests management incompetence of the secretary for health in the administration of programs and resources for transplantation; it is remarkable how much the patient that needs a transplant finds himself far from the transplantation programs and the state public politics for health; the carelessness that those who need transplantation suffer, such as of those who can donate an organ, makes us think that the State health managers do not bother with this need. Conclusion: The Alagoas Secretary of State for Health and its managers, through the incompetence in the administration of the public health, increased the vulnerability and promoted the lack of equity, prudence and alterity with the patient that has RCD and that needs kidney transplantation.