Uso de probióticos, prebióticos e simbióticos na depressão

Abstract

A depressão é um transtorno psiquiátrico debilitante representando a principal causa de incapacidade em todo o mundo. Sua causa pode estar relacionada a múltiplos fatores, como genéticos, neurológicos, inflamatórios, de personalidade, cognitivos e ambientais. O transtorno depressivo maior é uma doença comum que envolve humor deprimido ou perda de prazer ou interesse em atividades por longos períodos, sendo distinto das mudanças regulares de humor e de sentimentos da vida cotidiana. O eixo intestinocérebro, sistema de comunicação bidirecional entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso central, tem sido reconhecido por desempenhar um papel na modulação da saúde física e psicológica. O objetivo deste trabalho foi analisar se existe associação entre o uso de probióticos, prebióticos e simbióticos na depressão em adultos. Esta revisão bibliográfica foi realizada nas bases de dados da Biblioteca Virtual em Saúde e Medline, selecionando artigos científicos publicados no período de 2014 a 2024. Foram encontrados 286 artigos, dentre os quais 212 restaram após a remoção de duplicatas; 58 após a seleção de leitura de títulos; 27 após leitura de resumo, restando 5 artigos elegíveis. Cabe ressaltar que não foram encontrados artigos que atendessem os critérios de elegibilidade relacionados ao uso de prebióticos e/ou simbióticos. Os 5 artigos selecionados evidenciaram melhorias dos sintomas depressivos nos grupos que consumiram suplementação probiótica em comparação aos que consumiram placebo, tais como, diminuição dos escores de depressão, medida por escalas (Hamilton Depression Rating Scale - HAM-D ou o Back's Depression Inventory – BDI), mudanças nos marcadores metabólicos, acarretando em melhoras de humor, da energia, dos padrões de sono, de apetite e dos níveis de cortisol, glicose; redução dos níveis de marcadores inflamatórios ou mudanças na expressão de genes relacionados à inflamação (gene da interleucina-6), efeitos psicofisiológicos como a redução da ansiedade, melhora no estado de humor e outros efeitos neuropsicológicos associados. Embora os resultados sejam promissores, mais estudos se fazem necessários para a compreensão do mecanismo de ação dos probióticos e, principalmente, dos prebióticos e simbióticos na depressão, considerando aspectos importantes como tamanho da amostra, padronização de métodos e condições específicas das cepas utilizadas como um tratamento adjunto para depressão.