O conhecimento do profissional enfermeiro no atendimento a população transgênero, uma revisão integrativa

Abstract

Pessoas transgênero enfrentam dificuldades de acesso aos serviços de saúde devido a preconceitos, estigma e, por vezes, ausência de acolhimento por parte dos profissionais de saúde. Para que a enfermagem acolha e preste uma assistência adequada à população LGBTQIAP+, é importante o conhecimento sobre os conceitos de identidade de gênero e sexualidade. Isso posto, o presente estudo tem como objetivo identificar o conhecimento da pessoa enfermeira no atendimento de pessoas trans nos serviços de saúde.Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que buscou responder a seguinte pergunta: “Qual o conhecimento do profissional enfermeiro sobre o atendimento de pessoas trans nos serviços de saúde?”. A busca foi realizada nas bases de dados LILACS, SciELO, BDENF, Medline e CAPES. Utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS), buscou-se os descritores “transgênero”, “transexuais” e “assistência de enfermagem”. Para efetivação da busca, utilizamos os operadores Booleanos OR e AND, resultando na seguinte expressão: “transgênero” OR “transexuais” AND “assistência de enfermagem”. Foram selecionados artigos que respondessem à pergunta proposta e que permitissem acesso ao texto integral nos idiomas português ou inglês, entre os anos de 2018 e 2023. A pesquisa resultou em 194 artigos no total que após a utilização dos critérios de exclusão desse estudo, foram selecionados 7 artigos, os quais foram divididos em três categorias: fragilidades no atendimento de pessoas trans, (des)conhecimentos do profissional enfermeiro sobre o atendimento da população transgênero e Políticas Públicas. As referidas categorias evidenciaram a falta de preparo da pessoa enfermeira no atendimento às pessoas trans, pois esses profissionais não possuem conhecimento significativo sobre gênero e sexualidade. Essa falta de entendimento para além do gênero binário, é uma falha notada desde a graduação, uma vez que o ensino superior de enfermagem está pautado na binaridade de gênero imposta pela genitália de nascença do indivíduo, fato esse, reforçado quando se entende saúde dentro do espectro da heteronormatividade compulsória imposta pela sociedade. Assim sendo, a população trans não é devidamente acolhida e por vezes, enfrentam situações constrangedoras e/ou discriminatórias por parte do profissional que a atende. Faz-se necessário sensibilizar o profissional enfermeiro desde o ensino na graduação, trazendo a pauta de gênero e sexualidade para a discussão em sala de aula, assim ampliando o repertório de conhecimento humano dos futuros profissionais. O mesmo deverá ser feito com os profissionais que já estão na assistência, através de treinamentos, conversas e discussões, esses serão capazes de entender algo até então desconhecido para a grande maioria.