Saúde emocional da equipe de enfermagem em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica

Abstract

Introdução: As Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP) contam com atendimento profissional especializado de forma contínua, materiais específicos e tecnologias necessárias ao diagnóstico, monitorização contínua e tratamento, o que exige total concentração e atenção dos enfermeiros, gerando maior desgaste físico e emocional do que o usual em outras unidades. Caracterizado como ambiente insalubre devido a rotina de situações emergências, concentração de pacientes críticos e elevadas fontes de estresse, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) são consideradas como as unidades mais tensas, traumatizantes e agressivas emocionalmente do ambiente hospitalar. Objetivos: Identificar as principais dificuldades da equipe de enfermagem referente a questões psicológicas provenientes da atuação em Unidades de Terapia Intensiva pediátrica. Materiais e Métodos: Trata se de uma revisão integrativa de literatura, cujo objetivo foi alcançado por meio de pesquisa de artigos científicos na Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando-se os seguintes DeCS: “Esgotamento profissional”, “Enfermagem” e “Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica”. Os critérios de inclusão foram produções científicas disponíveis de forma gratuita e integral em ambiente eletrônico, no idioma ou com versão em português e inglês, publicadas nos últimos 10 anos e, os de exclusão, produções científicas incompletas, em outro idioma ou sem versão em português ou inglês, com tema não condizente com o presente estudo, revisões integrativas ou monografias Resultados: Após a seleção minuciosa das produções científicas buscados, foram selecionados para o estudo 9 artigos, os quais foram divididos nas seguintes categorias temáticas para melhor compreensão do estudo: Saúde mental dos profissionais de saúde, Problemas psicológicos e Intervenções. Discussão: O ambiente de cuidados de saúde exige que os prestadores de cuidados enfrentam desafios, tanto os provenientes do ambiente como os emocionais que decorrem do cuidado de pessoas em situação de vulnerabilidade da saúde. Alguns profissionais de saúde têm uma resposta não saudável aos estressores, enquanto outros prosperam e têm sucesso. Ambientes de cuidados de saúde críticos, tais como as UTIp possuem um nível de complexidade assistencial determinante no que tange ao sofrimento psíquico. Favorece o desgaste emocional por conta do ambiente instável, agitado e com atividades emergenciais e intensas, requerendo rápidas tomadas de decisão e constante reorganização do processo de trabalho. Enfermeiras que trabalham em unidades de cuidados intensivos possuem altos riscos de sofrer Fadiga por Compaixão, Estresse Traumático Secundário (ETS) e Burnout. Profissionais da saúde que trabalham em unidades de saúde de cuidado intensivo possuem níveis moderados de comprometimento psicológico, onde 56% dos profissionais de UTIp apresentaram burnout e 20,1% Transtorno do Estresse Pós-Traumático. Cerca de 30% da variação no esgotamento e estresse pós-traumático entre a equipe de cuidados críticos pediátricos é prevista pelo uso frequente do estilo de enfrentamento emocional e pelo uso infrequente do estilo de enfrentamento do problema Conclusão: Verificou-se que o ambiente hospitalar, enfaticamente os de unidades intensivas de cuidado, demandam física e psicologicamente dos enfermeiros, a ponto de o desgaste proveniente do ambiente estressante do trabalho interferir na qualidade de vida e no seu equilíbrio emocional.

Ficha catalográfica elaborada pelas Bibliotecas São Camilo