Tratamento conservador de rupturas parciais de ligamento cruzado anterior: uma revisão de literatura

Abstract

A definição de ruptura parcial do ligamento cruzado anterior não é consensual, sendo baseada no percentual de fibras rompidas ou lesionadas. O tratamento conservador dessas lesões envolve a Fisioterapia com objetivo de fortalecer os músculos estabilizadores da região do joelho, além de restaurar a amplitude de movimento, controlar dor e inchaço e facilitar a deambulação. A escolha do tratamento adequado depende de fatores como nível de atividade física, controle neuromuscular e níveis funcionais do paciente, idade, e presença de lesões associadas. Este trabalho tem como objetivo sintetizar, através de uma busca na literatura, os resultados de estudos sobre o tratamento conservador para rupturas parciais do ligamento cruzado anterior. A pesquisa incluiu estudos publicados entre 2014 e 2024, ensaios clínicos aleatorizados, revisões sistemáticas, estudos de caso controle e coorte, acessados em bases de dados como Pubmed, Cochrane e PEDro. Após a triagem e aplicação dos critérios de inclusão, foram selecionados 8 estudos, que tiveram seus resultados expostos e discutidos por essa revisão. Os resultados apresentados sobre o desfecho de função do joelho em pacientes com menos de 45 anos apresentaram redução da disfunção após 24 meses Indivíduos ativos fisicamente com menos de 30 anos também apresentaram redução da disfunção ao longo do tempo. Em relação ao retorno ao esporte, após 12 meses os pacientes de um protocolo mostraram uma taxa de retorno ao esporte de 92%. A discussão sobre o tratamento conservador para rupturas parciais do ligamento cruzado anterior revelou que a heterogeneidade dos estudos dificultou comparações diretas de efetividade. Os dados indicam que a cura do ligamento cruzado anterior está associada a melhores resultados funcionais e qualidade de vida. A eficácia do tratamento conservador é controversa devido à falta de padronização na definição de ruptura parcial do ligamento e à escassez de estudos que diferenciam estas lesões e as acompanham por períodos mais prolongados. Em conclusão, o tratamento conservador para rupturas parciais do ligamento cruzado anterior pode ser uma opção viável, mas leva em consideração a idade do paciente, demandas esportivas, e grau da lesão. Estes fatores devem ser explorados mais a fundo em próximas pesquisas verificando possíveis correlações.