Tratamento conservador não farmacológico da fibromialgia: as diretrizes clínicas ajudam na tomada de decisão do clínico? Uma revisão sistemática

Abstract

RESUMO: A diminuição das atividades ocupacionais tem desempenhado um papel significativo no aumento do sedentarismo, fenômeno que está associado a uma série de doenças crônicas. Em resposta a essa tendência, tem-se observado um crescente interesse por hábitos de vida mais saudáveis, com destaque para a corrida de rua. Esporte que proporciona benefícios para a saúde física e mental, atraindo indivíduos de diversos perfis demográficos e socioeconômicos. Porém, o aumento na adesão a essa prática está associado a uma maior incidência de lesões musculoesqueléticas, afetando principalmente os membros inferiores, gerando impacto considerável na qualidade de vida de seus praticantes. Diversos fatores de risco influenciam a ocorrência dessas lesões, destacando-se o histórico prévio de lesões e o volume semanal de treino, que, quando excessivo, pode agravar sintomas de lesões por esforço repetitivo e alterar a biomecânica do corredor, resultando em novas lesões. OBJETIVO: O objetivo desta revisão literária é identificar os fatores de risco para lesões musculoesqueléticas em praticantes recreacionais de corrida de rua. METODOLOGIA: Foi realizada uma revisão bibliográfica abrangendo o período de setembro de 2023 a setembro de 2024, envolvendo estudos publicados a partir de 2015 nos idiomas português e inglês. Utilizaram-se as bases de dados eletrônicas MEDLINE, Pubmed, Lilacs e SciELO, combinando os descritores "Running", "injuries" e "risk factor" com o operador booleano "AND". Os critérios de inclusão foram estabelecidos para artigos que abordassem a incidência e os fatores de risco de lesões musculoesqueléticas em corredores recreativos. Foram excluídos estudos que se concentravam em apenas um tipo de lesão, em modalidades esportivas diferentes da corrida, em atletas profissionais, artigos duplicados, revisões sistemáticas e revisões da literatura. RESULTADOS: Após a busca, foram encontrados 36 artigos, dos quais 3 foram excluídos por duplicação, 13 após avaliação dos títulos e 9 após análise completa do texto. Dentre esses, 11 artigos foram considerados relevantes e atenderam aos critérios de inclusão, sendo elegíveis para esta revisão. A prevalência de lesões em corredores varia amplamente, com taxas entre 19% e 92%, ou 6,8 a 59 lesões por 4 1.000 horas de corrida. Os fatores de risco incluem aspectos intrínsecos como por exemplo: idade, sexo, alinhamento anatômico e histórico de lesões; Além de fatores extrínsecos como características do treinamento. O histórico de lesões e o volume semanal de treino são particularmente significativos. A sobrecarga de treino pode agravar lesões preexistentes, alterando a biomecânica e levando a novas lesões. Corredores jovens e inexperientes, especialmente mulheres, são mais propensos a lesões repetitivas, exacerbadas por estresse emocional e recuperação inadequada. CONCLUSÃO: A incidência e prevalência de lesões em corredores apresenta grande variação, sendo influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Essa variação se deve à heterogeneidade metodológica entre os estudos, o que ressalta a necessidade de pesquisas mais padronizadas e específicas para esclarecer esses fatores de risco e orientar estratégias preventivas mais eficazes.