Perda da memória: a relação entre o estresse oxidativo e a neuroepigenética

Abstract

A memória é uma ação que depende da boa atividade de componentes cerebrais e da genética para ser desenvolvida, sendo dividida em três formas e quatro etapas de formação. Alterações e disfunções nos fatores envolvidos em manter a estabilidade de armazenamento da memória podem desencadear danos moleculares e consequente perda da memória. A produção de Espécies Reativas de Oxigênio é necessária para a manutenção da homeostase no organismo, porém seu desequilíbrio leva ao excesso desses produtos resultando no estresse oxidativo, mecanismo que causa diversos efeitos prejudiciais, sendo o mais notável a formação de lesões no DNA, por interferir em alterações epigenéticas. A neuroepigenética denomina as mudanças químicas na cromatina que impactam na regulação gênica do sistema nervoso. Essas variações ocorrem através da metilação do DNA, envolvida na plasticidade sináptica a longo prazo, modificações pós-traducionais em histonas, proteínas que se comprovaram necessárias para a modulação sináptica e processamento de memória, e RNAs não codificantes, que podem afetar diretamente na aprendizagem e na memória. Assim, com o avanço de pesquisas integrativas entre o estresse oxidativo e a neuroepigenética, mais intervenções terapêuticas serão estudadas, desenvolvidas e por fim aplicadas, com o intuito de promover uma melhora na saúde cerebral de pessoas com a disfunção, assim como contribuir em sua prevenção, principalmente relacionada ao envelhecimento.