A importância da reativação da doença de Chagas associado ao HIV

Abstract

A doença de Chagas (DC) é uma enfermidade negligenciada endêmica na América Latina, provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi . Cerca de sete milhões de pessoas são afetadas mundialmente, mas apenas dois medicamentos estão disponíveis (benzonidazol e nifurtimox), ambos com eficácia limitada e efeitos colaterais frequentes. O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um retrovírus que usa células do sistema imune, principalmente os linfócitos TCD4+ para se replicar e, por causa da piroptose acaba destruindo as células e contribuindo para a disseminação do vírus. Sem o acesso ao tratamento adequado, o HIV progride para a AIDS, comprometendo gravemente o sistema imunológico e permitindo infecções oportunistas e certos tipos de câncer. A terapia antirretroviral (TAR) é utilizada para reduzir a carga viral a níveis indetectáveis, tornando o HIV uma condição crônica gerenciável. A coinfecção HIV- T.cruzi é uma situação desafiadora, uma vez que devido a imunossupressão causada pelo HIV, a doença de Chagas pode ser reativada, resultando em complicações graves como meningoencefalite e miocardite. A detecção precoce e o tratamento adequado são essenciais para melhorar a condição dos pacientes, e portando, em cenários onde ocorre a coinfecção, existem grandes chances de agravar a doença de Chagas, causando a reativação, em caso de a doença estar na fase latente. Dessa forma, este estudo enfatiza a importância da vigilância contínua e da integração dos serviços de saúde para abordar as complexidades da coinfecção HIV-Chagas, visando reduzir a morbidade e mortalidade associadas a essa condição.