Conhecimentos, crenças, atitudes e comportamentos relacionados ao controle de peso de professoras de escolas privadas de São Paulo - SP

Abstract

Na atualidade, é crescente o sentimento de desconforto em relação ao corpo e imagem corporal. As influências socioculturais podem induzir indivíduos de todas as idades, especialmente mulheres, ao desejo por um corpo magro e, consequentemente, à insatisfação corporal. A diferença entre o corpo atual e aquele considerado “ideal” pode promover a baixa autoestima, levando ao início de comportamentos de risco para Transtornos Alimentares (TAs). OBJETIVO: Avaliar a satisfação com a imagem corporal de professoras da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I de escolas particulares do município de São Paulo e sua possível associação com mensagens enviadas por elas a seus alunos a respeito de saúde, peso corporal e alimentação. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo transversal realizado com professoras da Educação Infantil e Ensino Fundamental I de 4 escolas localizadas na cidade de São Paulo. As professoras foram submetidas a avaliação antropométrica (peso, estatura, Índice de Massa Corporal-IMC e percentual de gordura corporal) além da aplicação de questionários. Para classificação socioeconômica as docentes responderam ao Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB). Para avaliação da imagem corporal foi utilizada a Escala de Silhuetas traduzida e validada por Kakeshita et al. (2009). Para verificar a influência da mídia foi utilizado o questionário Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência (SATAQ-3) validado por Amaral (2011). Por fim, foi aplicado um questionário sobre conhecimento, crenças e atitudes em relação ao controle de peso proposto por O’Dea e Abraham (2001). O presente estudo atendeu aos preceitos éticos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário São Camilo. RESULTADOS: Participaram 55 professoras com idade média de 37,49 anos. A maioria das participantes (76,3%) foram classificadas nas classes sociais A e B. O IMC médio encontrado foi 26,6Kg/m2 e a média de percentual de gordura corporal foi de 41,9%. Dentre as docentes, 89,1% apresentou insatisfação com a imagem corporal sendo que as professoras mais velhas e com filhos estavam mais insatisfeitas do que as demais. As professoras mais influenciadas pela mídia eram mais velhas, de maior classe socioeconômica e com maior percentual de gordura corporal. Foi observado que quanto maior o tempo de profissão menor o escore no SATAQ (p=0,030). Além disso, 40% das docentes revelou fazer algum tipo de dieta para emagrecer. Foram notados comportamentos de riscos para TAs como uso de medicamentos e dietas restritivas. As professoras recomendariam tomar água antes das refeições, escolher alimentos de baixo valor calórico e não comer alimentos como chocolates e frituras para os seus alunos com excesso de peso. As professoras que estavam mais insatisfeitas com a imagem corporal recomendavam menos que as crianças consumissem suplementos de vitaminas e minerais do que as professoras satisfeitas (p=0,040). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Os resultados demostraram alta prevalência de insatisfação corporal pelas professoras, com impactos da influência recebida pela mídia. As professoras devem ter atenção ao falar sobre os aspectos relacionados ao corpo, alimentação e dieta a seus alunos para não transmitir nenhum tipo de insatisfação com o corpo, evitando desencadear nestes possíveis TAs.