Estado nutricional e os fatores de risco para a saúde de profissionais da área de enfermagem de um hospital da rede pública

Abstract

Enfermeiros são profissionais comprometidos com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. O trabalho noturno faz parte do cotidiano desses profissionais que prestam cuidados constantes a seus pacientes. A privação do sono impacta no ciclo circadiano que tem como função principal a regulação do funcionamento do organismo, provocando uma série de problemas de saúde, como transtornos psiquiátricos, doenças cardiovasculares e metabólicas. (Pereira, A.C. et al, 2020). Avaliar o estado nutricional e os fatores de risco que impactam a saúde dos profissionais de enfermagem, do período noturno, num hospital da rede pública. Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo de corte transversal, com coleta de dados por meio de medidas antropométricas e questionários sobre saúde, consumo alimentar e estilo de vida, referentes à equipe de enfermagem do período noturno do Hospital Geral de Itapevi, com um grupo de pessoas entre 21 e 63 anos de idade e de ambos os sexos, que aceitaram formalmente participar da pesquisa por meio do TCLE, com prévia aprovação do Coep; e também uma revisão de literatura, por meio de busca de artigos científicos nas bases de dados eletrônica, PUBMED, SciELO, nos idiomas inglês e português, publicados entre o período de 2019 a 2022. Dos 250 profissionais de enfermagem convidados, 106 aceitaram participar da pesquisa, sendo 18 homens e 87 mulheres. Os resultados abrangeram duas principais áreas de estudo: estado nutricional e ciclo circadiano. Foram analisados impactos positivos e negativos na manutenção da saúde, relacionados à privação de sono, composição corporal, doenças pré-existentes, lazer, alterações psicológicas e comportamentais de consumo alimentar. Ao analisar os dados foi possível observar que 6% eram auxiliares de enfermagem, 67% técnicos em enfermagem e 28% enfermeiros; 38% dos profissionais tinha ensino superior completo, 59% ensino médio completo e 6% com ensino fundamental completo. Alguns realizam dupla jornada de trabalho e acabam se privando do sono e 98% dos profissionais dormem menos que 8 horas por dia. Os resultados demonstram alterações em relação ao comportamento alimentar, principalmente quanto ao maior consumo de gorduras saturadas, proveniente de alimentos ricos em gordura, sal e açúcar, e baixo consumo de frutas, legumes e verduras. Além disso, 67,3% afirmaram não praticar atividade física e 57,9% relatam ganho de peso nos últimos 6 meses. Nesse contexto, a maior parte apresentou excesso de peso sendo o estado nutricional mais prevalente o de sobrepeso (44%), seguido por obesidade (34%) e por fim, eutrofia (22%). Isso causa impactos negativos sobre a saúde dos profissionais, já que 98% afirmaram ter DCNT, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares e 42,6 % fazem uso de medicamento contínuo. Este estudo mostrou que os profissionais reconhecem que o trabalho noturno impacta suas relações familiares e sociais, além de causar alterações em sua saúde.