Nitaxozanida: uma breve revisão inserida no contexto do Covid-19

Abstract

Introdução: O ano de 2020 foi marcado pelo surgimento da Covid-19, que teve seu primeiro relato na cidade de Wuhan, China. O Sars-Cov-2 foi responsável pela pandemia dessa doença, embora a família do coronavírus tenha causado outras epidemias, como SARS (2002) e MERS (2012). Diante da gravidade desta infecção, o desenvolvimento de pesquisas sobre medicamentos que possam ser utilizados no tratamento da Covid-19 se faz necessário, sendo a Nitazoxanida um dos sugeridos. Objetivo: Descrever o mecanismo de ação da nitazoxanida e buscar informações que possam esclarecer seu possível uso para o tratamento da Covid-19. Métodos: Foi realizada uma revisão narrativa da literatura utilizando as bases Pubmed e Scielo, tendo como descritores “nitazoxanide”, “nitazoxanide AND coronavirus”; “ nitazoxanide AND Sars-cov”. Foram selecionados 30 artigos de 2015 a 2020 dos quais apenas 9 relacionavam diretamente o fármaco ao coronavirus.Resultados/Discussão: A pandemia decretada em 2020 foi ocasionada pela nova cepa de coronavirus denominado Sars-Cov-2. Este, embora possua semelhança com outros vírus da família Coronaviridae, os quais causaram epidemias anteriores, 2002 (SARS-Cov) e em 2012 (Mers-Cov), apresenta maior transmissibilidade. Para reconhecer e infectar a célula alvo de diversos órgãos como coração, rins e pulmões, o Sars-Cov-2 utiliza como receptores a Enzima Conversora de Angiotensina tipo II (ACE2), causando a doença Covid-19. A nitazoxanida foi um dos fármacos propostos para o tratamento de pacientes contaminados pelo vírus, . Estudos in vitro mostraram sua capacidade na inibição da produção de interleucinas, da entrada e transmissão viral de célula a célula denotando efeito antiviral, o qual foi registrado para influenza, rotavírus eMers-Cov. Entretanto, os ensaios clínicos não relataram diferença significativa entre seus efeitos em pacientes infectados em relação ao grupo placebo. Conclusão: Embora a nitazoxanida seja um dos medicamentos propostos para auxiliar no tratamento de pacientes com COVID-19, os estudos realizados in vivo não relataram diferença na recuperação de pacientes infectados em uso do medicamento quando comparados ao grupo placebo. Porém trata-se de resultados preliminares, de modo que a elaboração de estudos com métodos mais eficazes, se torna necessária.