Síndrome pós-covid com ênfase em doenças cardiovasculares e composição corporal

Abstract

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são um grupo de doenças do coração e dos vasos sanguíneos, consideradas parte do grupo de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O constructo de saúde cardiovascular, adotado pela American Heart Association, possui como base a estratégia de prevenção primordial das DCV. Os critérios propostos são compostos por fatores relacionados aos hábitos, comportamentos do indivíduo e fatores biológicos. Em 2020, o Coronavirus Disease 2019 foi declarado uma pandemia pela Organização Mundial da Saúde. O coronavírus emergiu na cidade de Wuhan, capital da província da China central, como uma ameaça à saúde pública global, devido à sua alta taxa de disseminação geográfica em um curto período de tempo, caracterizada como síndrome respiratória aguda grave, que causa pneumonia e síndrome da angústia respiratória aguda. A interação do SARS-CoV-2 com o sistema cardiovascular pode aumentar a morbidade e mortalidade. Paralelamente ao contexto, o estado nutricional anterior ao acometimento da doença e a composição corporal dos pacientes influenciam, de forma significativa, o quadro clínico. Justificativa: Tendo em vista a pequena quantidade de estudos publicados na literatura científica sobre o tema e, a maior taxa de agravamento e mortalidade por COVID-19 em portadores de doenças cardiovasculares, o presente trabalho pretende verificar a relação entre saúde cardiovascular, composição corporal e contaminação por COVID-19, com o intuito de contribuir com a compreensão do tema. Objetivo: Compreender o impacto da contaminação pelo Coronavírus e suas consequências com ênfase na saúde cardiovascular e composição corporal. Métodos: Trata-se de uma revisão bibliográfica, a qual foi realizada a busca de artigos científicos nas bases de dados Scielo, UptoDate, Pubmed. Foram analisados artigos nos idiomas português, inglês. Desenvolvimento: A saúde cardiovascular continua sendo uma prioridade de saúde pública e atualmente, pois não só há mais mortes de doenças cardiovasculares durante o COVID-19, mas também, pessoas que têm problemas cardíacos graves estão em maior risco de agravamento da doença COVID-19. As complicações cardiovasculares relacionadas ao Coronavírus ocorrem em até 40% dos casos. Pacientes em estado crítico possuem maiores chances de desenvolver desnutrição grave, sendo causada por desequilíbrios na ingestão e gasto de energia secundários, além da baixa ingestão de macro e micronutrientes decorrente do declínio do apetite. Conclusão: Complicações cardiovasculares podem ocorrer em pacientes mesmo após a eliminação viral do SARSCOV-2, no entanto, os mecanismos para que ocorram e a incidência de casos ainda não estão bem definidos sendo necessário maiores evidências científicas. Além do mais, diversos são os fatores que devem ser considerados de forma minuciosa para assim minimizar o viés de informação na prevalência dos sintomas na COVID-19 longa. Esforços multidisciplinares para reabilitação são indispensáveis para o manejo da desnutrição e sarcopenia. Em relação a dietoterapia e terapia nutricional, apesar de evidências sugerindo suplementação de vitaminas, minerais ou aminoácidos específicos, estes ainda se mostram controversos e com uma baixa força de recomendação necessitando-se de mais estudos sobre nutrição, tanto na fase aguda da covid-19 quanto durante a fase de recuperação.