Pesquisa de campo: a figura masculina e a sua atuação na enfermagem

Abstract

A história da enfermagem como profissão passou por mudanças significativas, incluindo a entrada das mulheres na área da saúde e transformações na assistência à saúde. A figura inspiradora é Florence Nightingale, caracterizada por um foco no cuidado ambientalista. No Brasil, Ana Nery também desempenhou um papel importante na enfermagem durante a Guerra do Paraguai. Apesar da feminização da enfermagem, os homens também têm um espaço nessa profissão. No Brasil, a presença masculina na enfermagem remonta ao período colonial, quando homens escravos auxiliavam jesuítas que desempenhavam funções de médicos-enfermeiros. Posteriormente, os homens foram permitidos a se formar como enfermeiros, especialmente para cuidar de pacientes com distúrbios psíquicos. Atualmente, a enfermagem continua sendo uma profissão predominantemente feminina no Brasil, com um baixo percentual de homens na força de trabalho. Isso pode ser atribuído aos estereótipos de gênero, preconceitos e falta de incentivo. Além disso, a formação educacional em enfermagem pode não abordar adequadamente a inclusão dos homens na profissão. Desta forma, o objetivo do trabalho é identificar dificuldades de inserção da figura masculina em graduação de enfermagem e atuação como enfermeiro. Esta produção é uma pesquisa de campo, exploratória, com abordagem qualitativa; utilizou-se um instrumento de pesquisa para confecção da coleta de dados na qual foram entrevistados profissionais e estudantes da Enfermagem para análise de conteúdo temática. Como resultado, a população do estudo é formada por indivíduos do sexo masculino, residentes do estado de São Paulo, sendo ingressantes ou enfermeiros no campo da enfermagem. Foram realizadas 26 entrevistas, das quais foram identificados perfis dos entrevistados de acordo com Idade, raça/cor, gênero, profissão e instituição de ensino. No processo de graduação foram identificadas motivações do ingresso por interesses na arte do cuidado, influências de parentes/familiares, plano de carreira e interesse em estudar a fisiologia humana; além de classificar se o processo de graduação foi cansativo, fácil ou difícil; e os processos de inclusão e exclusão das atividades. O campo de atuação da enfermagem evidenciou dificuldades na saúde da mulher e da criança; como também desconfortos, cantadas, elogios maldosos, orientação sexual, procedimentos em mulheres e desmotivação. Por fim, conclui-se que este estudo possibilitou uma melhor compreensão, por relatos, as dificuldades existentes na inserção e atuação de homens na enfermagem, indagando, desta forma, a buscar novos caminhos para contornar os problemas existentes.