A relação dos microRNAs com as vias da senescência celular

Abstract

Introdução: A senescência celular foi demonstrada em estudos por Hayflick e Moorhead em 1961. Ao longo dos anos, após a sua descoberta, as principais vias foram elucidadas, como as vias da p53 e p16, supressoras de tumor e responsáveis pela manutenção da homeostase. Devido a importância das vias no mecanismo de regulação celular, foram identificadas relações com RNAs não codificantes, sendo esses descobertos na segunda metade do século XX. A partir disso, foi analisada a ação dos microRNAs (miRNAs) em vias como a p53 e p16, e foi observado como em determinados tecidos pode haver a ação de diferentes tipos de miRNAs, sendo que cada um pode agir em diversos RNAs mensageiros dentro da célula. Objetivo: Realizar uma pesquisa bibliográfica em banco de dados e bibliotecas, a fim de discutir, analisar e relacionar a importância dos miRNAs para a regulação gênica no processo de senescência celular e como isso afeta as vias supressoras de tumor. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica narrativa a partir de artigos publicados nas línguas português, inglês e espanhol que foram encontrados nos bancos de dados PubMed, Scielo, Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde, publicados no período de 2008 até 2023. As palavras-chaves utilizadas na pesquisa foram “Senescência celular”, “microRNA”, “SASP”, “Biogênese”, “p53”, “p16”. A fundação teórica também foi obtida por livros, teses e mais referências indicadas pelo orientador. Desenvolvimento: A senescência celular é determinada como a parada do ciclo celular por algum fator, o que leva a célula a ter atividade, mas não se multiplicar. Dessa forma, entende-se que ela é um fenótipo complexo e multifatorial que se inicia no nascimento do ser humano e não pode ser parado. É estabelecido que a senescência celular é essencial para a homeostase, pois está relacionada principalmente com a supressão tumoral, contudo, ao decorrer dos anos, os organismos humanos passam a ter um acúmulo de células senescentes, o que levam a patologias características da senescência, como o câncer, por distúrbio deste mecanismo de supressão tumoral. Diversos estímulos podem levar a este processo de senescência celular, por isso, foram definidos tipos de senescência que são a replicativa e a induzida por estresse. Este estresse, leva a uma ativação de vias de sinalização que induzem a senescência, como as vias da p53 e p16INK2a, que são as principais. Ao descrever sobre senescência é essencial abordar o controle da expressão gênica, onde o principal desta revisão são os miRNAs que são pequenas sequências de RNA não codificantes capazes de atingir RNA mensageiros (mRNA) alvos com objetivo de silenciar mRNA. Conclusão: Para se desvendar a senescência celular é essencial relacioná-la aos miRNAs envolvidos, além de entender outros miRNAs e sua ligação a estímulos que podem levar a senescência, como o SASP (fenótipo secretor associado a senescência). Assim, a perspectiva futura é desvendar melhor a forte relação entre os miRNAs e a senescência celular, para também aplicar com efetividade nas patologias, como no câncer e na predisposição a doenças por mutações genéticas. Portanto, mais estudos na área surgem com a intenção de aumentar o conhecimento sobre a relação e sua aplicação a saúde humana.