Estudo retrospectivo da prevalência dos vírus da imunodeficiência felina e leucemia felina na população de gatos da grande São Paulo

Abstract

O vírus da imunodeficiência felina (FIV) e o vírus da leucemia felina (FeLV) são retrovírus capazes de infectar diversas espécies de felinos. Por serem vírus transmitidos pelo contato direto entre os animais, como por meio de mordidas, arranhões e contato com a saliva de gatos infectados, a prevenção consiste principalmente na identificação dos animais infectados para o controle da transmissão. O estudo teve como objetivo verificar a prevalência dos vírus FIV e FeLV na população de gatos na grande São Paulo entre os anos de 2021 e 2022. Para tanto, foram avaliados 2706 laudos de gatos domiciliados ou resgatados, sem raça, idade ou gênero definido. Os dados foram armazenados em uma tabela para posterior análise e cálculos. A taxa de prevalência foi calculada dividindo o número de animais infectados pelo número total de animais testados, e esse resultado multiplicado por 100. O teste utilizado para a detecção dos vírus foi o SNAP ® Combo IDEXX ELISA. A prevalência encontrada para o FIV foi de 3,32%, para o FeLV de 10,75%, e para infecção simultânea 0,88%. A região que apresentou maior prevalência de ambos os vírus foi Belém. Os gatos machos e sem raça definida (SRD) foram os mais acometidos pelos vírus. No total, 72 machos foram infectados pelo FIV e 164 pelo FeLV, e em comparação 18 fêmeas foram infectadas pelo FIV e 126 pelo FeLV. A idade que concentrou o maior número de casos positivos foi de felinos entre 1 e 10 anos, considerados gatos adultos. A análise da distribuição do número de casos ao longo do tempo demonstrou que o FIV se manteve com poucas variações de casos durante o período analisado, enquanto o FeLV apresentou maior variação. O mês de julho de 2022 foi o que apresentou maior número de casos FeLV positivos, sendo 32 casos, e em julho de 2021 foi quando houve o maior pico de casos FIV positivos, com um total de 8 casos. Como o FIV e o FeLV não apresentam cura, é imprescindível o controle da disseminação da doença, e para isso estudos epidemiológicos são essenciais para que medidas profiláticas mais assertivas sejam executadas, e que por consequência a qualidade de vida animal melhore.