A reprodução das relações de poder a partir do controle de corpos nas instituições escolares

Abstract

Este trabalho percorre a evolução da organização escolar desde o século XVIII até os dias atuais, destacando a influência da revolução industrial na formação das escolas. A regulamentação escolar e a obrigatoriedade da educação surgiram visando qualificar a população para a crescente demanda industrial. Filósofos como Locke, Descartes, Kant e Rousseau influenciaram essa transição, retirando a influência religiosa do Estado. Com o advento da máquina a vapor, a migração para as cidades e o aumento populacional, surge uma nova ordem social, intensificando as tensões entre classes. Engels1 destaca o ciclo vicioso do capitalismo, onde o progresso de alguns é prejudicial para outros. A escola, associada ao modelo de produção industrial, adota técnicas eficientes de padronização, divisão e repetição das tarefas. Foucault destaca o controle sutil nas instituições educacionais, formando "corpos dóceis" e explora a escola como uma máquina de aprender e vigiar, consolidando o controle sobre corpos e mentes. Nesse mesmo cenário, Bourdieu e Passeron abordam o capital cultural na reprodução das desigualdades. Paulo Freire e bell hooks são autores que propõem uma educação contra hegemônica, enfatizando o diálogo, a conscientização e a transformação social. Ao final, o trabalho encerra mostrando a possibilidade de uma escola democrática, participativa e crítica como agente de transformação social.