Dietas restritivas : impactos na saúde - abordagens e implicações para a nutrição comportamental

Abstract

A influência crescente da Internet nos hábitos alimentares e na percepção da imagem corporal é um fenômeno marcante dos últimos anos, particularmente evidente nas redes sociais e na mídia em geral. Esta influência exerceu um impacto considerável, desencadeando uma busca desenfreada por dietas da moda, muitas vezes com restrições alimentares inadequadas e repercussões negativas na saúde mental. Diante desse cenário, a abordagem da alimentação intuitiva, orientada por profissionais de nutrição, surge como uma alternativa saudável e equilibrada. No entanto, não se pode ignorar que dietas restritivas direcionadas e supervisionadas por profissionais de saúde podem, em certos contextos, oferecer benefícios específicos. Este estudo buscou compreender os impactos das dietas restritivas na saúde e no bem-estar, destacando a importância crucial do acompanhamento nutricional adequado para mitigar possíveis riscos. Foi realizada uma revisão bibliográfica abrangente, consultando artigos científicos nas bases de dados eletrônicas PUBMED e SciELO, além de livros e fontes governamentais relevantes. O período de pesquisa abrangeu os anos de 2018 a 2021, e foram considerados materiais disponíveis em português e inglês. A história do tratamento da obesidade remonta a Hipócrates, com o princípio "comer menos e exercitar-se mais". No entanto, é vital reconhecer limitações nas abordagens de dietas restritivas. Elas podem levar a desregulação da fome, irritabilidade e transtornos alimentares, especialmente entre adolescentes. Pressões socioculturais e mídia contribuem negativamente. O comportamento alimentar é complexo, influenciado por fatores culturais, sociais e pessoais, e regulado por sensações de fome, apetite e saciedade. "Dietas da moda" frequentemente prometem perda de peso rápida, mas carecem de evidências científicas sólidas, podendo resultar em problemas no controle da fome e saciedade, compulsões alimentares e flutuações de peso prejudiciais. No entanto, algumas dietas restritivas, como a cetogênica para epilepsia infantil, a DASH para hipertensão e a sem glúten para doença celíaca, podem ser benéficas com orientação profissional devido à sua natureza restritiva. A influência substancial das pressões socioculturais e emocionais no comportamento alimentar e na saúde mental pode contribuir para a adoção de dietas restritivas que, por sua vez, desregulam a sensação de fome, desencadeiam sintomas como irritabilidade e podem favorecer o desenvolvimento de transtornos alimentares. Portanto, uma abordagem nutricional individualizada, adequada e sustentável, orientada por profissionais de saúde e fundamentada em evidências científicas, é imperativa para alcançar e manter a saúde a longo prazo. O equilíbrio entre uma relação saudável com a comida, uma imagem corporal positiva e a orientação de profissionais de saúde é fundamental para promover a saúde e o bem estar duradouros.