Reintrodução alimentar e transtorno do espectro do autismo

Abstract

Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado por dificuldades de comunicação e socialização em diferentes graus de severidade, com traços como processamento sensorial anormal e comportamentos repetitivos. O diagnóstico afeta 1-2% da população mundial, com maior prevalência no sexo masculino, e tem causas multifatoriais. Existem quatro perfis dentro do espectro autista: Síndrome de Asperger, Transtorno Invasivo do Desenvolvimento, Transtorno Autista e Transtorno Desintegrativo da Infância, variando em gravidade. A 5ª edição do DSM amplia a identificação dos sintomas e divide o TEA em três níveis: leve, moderado e severo. O diagnóstico é geralmente feito antes dos 3 anos de idade e os pais desempenham um papel crucial na detecção precoce dos sinais. A seletividade e recusa alimentar são prevalentes em crianças diagnosticadas com TEA, o que pode afetar o crescimento e o desenvolvimento, e a reintrodução alimentar é uma técnica nutricional usada para abordar a seletividade alimentar. Compreender o comportamento alimentar das crianças portadoras de TEA e a abordagem nutricional é fundamental para seu tratamento. A técnica Food Chaining é mencionada como uma estratégia útil. Portanto, é importante considerar o manejo nutricional para atender às necessidades nutricionais, com o objetivo de promover um crescimento e desenvolvimento adequados. Objetivo: Avaliar o manejo nutricional na reintrodução alimentar de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica descritiva, por meio de pesquisa nas bases SCIELO e PUBMED, de artigos publicados entre 2015 e 2023, nas línguas inglês e português. Desenvolvimento: Na primeira infância, as fases alimentares incluem a amamentação e a introdução de alimentos sólidos. A amamentação é crucial devido aos benefícios nutricionais e emocionais e a introdução alimentar deve ser gradual e pode seguir diferentes métodos, como o Baby-Led Weaning e o Baby Lead Introduction to Solids. Na fase pré-escolar, as crianças desenvolvem preferências alimentares e podem apresentar recusa e seletividade alimentar. Crianças com TEA tendem a enfrentar desafios alimentares severos, incluindo aversão sensorial e preferências específicas e, com isso, o Food Chaining é abordado como uma técnica para reintroduzir alimentos, baseada na criação de uma cadeia entre alimentos conhecidos e novos alimentos semelhantes em termos de sabor, textura ou aparência. Essa técnica, então, é útil para crianças com TEA que têm seletividade alimentar. Estudos destacam a eficácia do Food Chaining na ampliação do repertório alimentar de crianças com TEA, fornecendo estratégias para tornar a alimentação mais aceitável e prazerosa. O método ABA e o PECS também são consideradas ferramentas úteis para intervenções em crianças com TEA, embora com foco em diferentes aspectos do desenvolvimento. Conclusão: O Food Chaining, método para introduzir novos alimentos na dieta de crianças severamente seletivas, mostrou eficácia, porém a escassez de estudos exige mais pesquisa.