Mecanismos imunológicos que garantem a tolerância materno fetal: estamos chegando ao fim do mistério?

Abstract

A Imunidade uterina vem sendo muito estudada e pesquisada pois há uma grande premissa que o feto se comporta como um transplante no ventre materno. Parte da sua informação genética provêm do pai o que provocaria uma rejeição vinda da mãe. O Sistema Imunológico, para a própria sobrevivência humana, possui um mecanismo denominado tolerância imunológica o que permite que o feto consiga sobreviver sem danos durante os nove meses de gestação, mas para isso os processos imunológicos envolvidos no desenvolvimento humano são fundamentais para a evolução saudável da gravidez. Nesta revisão bibliográfica livre com o objetivo de elucidar a capacidade do sistema imunológico de reconhecer o feto como um corpo estranho e ainda assim permitir que ele se desenvolva vimos que o balanço adequado de TH1 e TH2 influencia no sucesso gestacional, pois a imunidade Th2 reprime o desenvolvimento das imunidades Th1 e Th17 e a imunidade Th1 é caracterizada pelas respostas imuno inflamatórias, tornando-a dominante durante o período de peri-implantação. Os principais resultados mostraram que a imunidade Th1 quando “controlada” beneficia os trofoblastos invasores ao invés de causar danos e os mecanismos que medeiam a evasão imune fetal que atribui a expressão placentária do ligante Fas (FasL, CD95L) ao privilégio imunológico sendo fundamentais juntamente com o equilíbrio adequado entre as células Treg/Th17. Logo, através da literatura pudemos elucidar que o desenvolvimento saudável da gestação depende de inúmeros mecanismos imunológicos trabalhando de forma homeostática.