Sífilis na gestação: um problema de saúde pública no Brasil

Abstract

INTRODUÇÃO: A sífilis é doença infecciosa crônica que apresenta impacto negativo na saúde da população, apesar da disponibilidade de tratamentos de fácil acesso e de baixo custo. Nos últimos anos, no Brasil, houve um aumento do número de casos de sífilis adquirida, sífilis na gestação e de sífilis congênita. Mundialmente, estima-se que 1,8 milhão de gestantes estejam infectadas pela sífilis e que menos de 10% estejam devidamente diagnosticadas e tratadas. Diante deste panorama, a sífilis é considerada um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. OBJETIVO: Levantar as dificuldades do enfrentamento da sífilis pela gestante atendida na Atenção Primária à Saúde do Brasil. MATERIAL E MÉTODO: Tratou-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que buscou responder à pergunta norteadora: Quais são as dificuldades no enfrentamento da sífilis pela gestante atendida na Atenção Primária à Saúde do Brasil? Realizaram-se as seguintes etapas para o desenvolvimento do estudo: Delineamento do estudo; Identificação do problema e elaboração da pergunta norteadora; Busca da literatura; Coleta e seleção de dados; Análise crítica dos dados incluídos; Interpretação e discussão dos resultados. A coleta de dados ocorreu entre abril e junho de 2022, nas bases de dados BDEnf, SCIELO e LILACS. RESULTADOS: A amostra do estudo foi composta por 11 estudos que foram agrupados em quatro categorias: Compreensão das gestantes sobre a sífilis; Diagnóstico e tratamento tardio da doença; Acesso e adesão ao pré-natal; e, Qualidade da assistência ao pré-natal. Constatou-se que as dificuldades do enfrentamento da sífilis pela gestante, atendida na Atenção Primária à Saúde do Brasil, estão relacionadas sobretudo à baixa compreensão acerca da doença, ao tratamento tardio, às barreiras no acesso, à baixa adesão e precariedade da qualidade da assistência pré-natal. Observou-se que apesar do tratamento ser de baixo custo e ofertado gratuitamente nas unidades básicas de saúde brasileiras, a sífilis entre gestantes continua sendo um problema de saúde pública. CONCLUSÃO: Por meio das evidências disponíveis é factível considerar que embora existam protocolos assistenciais e disponibilidade de tratamento gratuito nas Unidades Básicas de Saúde, ainda há dificuldades relacionadas à realização do diagnóstico precoce, ao manejo da doença e ao tratamento do parceiro, sendo esses os principais desafios para o controle da sífilis no país. Além disso, evidenciou-se a necessidade de treinamentos dos profissionais de saúde, visando a melhoria do atendimento prestado às gestantes durante o pré-natal.