Endometriose peritoneal: resposta imunológica envolvida e um possível tratamento

Abstract

A endometriose é uma doença inflamatória crônica que afeta mulheres em idade reprodutiva. Essa doença é caracterizada pelo desenvolvimento e crescimento de tecido endometrial em localizações ectópicas, a causa exata da endometriose ainda é desconhecida, porém, existem várias teorias para delinear sua causa, a mais conhecida é a teoria da menstruação retrógrada. O objetivo desta revisão bibliográfica foi verificar possíveis alterações do sistema imunológico que contribuem para o desenvolvimento da endometriose e para a proliferação das células endometriais na região peritoneal. Para a seleção dos artigos foram utilizadas ferramentas de busca Lilacs, Scielo e Pubmed, a partir do ano de 1989 até o ano de 2022. Após revisão da literatura foi observado aumento dos níveis de interleucina 8 (IL-8) no ambiente peritoneal, e isso sugere que esta citocina atua diretamente na proliferação das células endometrióticas e contribui para um ambiente peritoneal inflamatório junto com a ciclooxigênase 2 (COX-2). O estrogênio tem função importante no crescimento dos focos endometrióticos, por ser uma doença dependente de estrogênio, atuando no tecido endometrial eutópico e ectópico. Alguns fatores imunológicos também contribuem para o desenvolvimento e sobrevida dessas células em regiões fora do útero, como a diminuição da quimiotaxia e citotoxicidade das células Natural Killer (Células NK). A endometriose é uma doença que ainda não possui tratamento, pensando nisso, pesquisadores estão estudando o uso da metformina como alternativa para o tratamento da endometriose, segundo os cientistas, essa droga demonstrou ter efeitos antiinflamatórios, antiproliferativos e antiestrogênicos. Portanto, IL-8, COX-2, estrogênio e células NK, são importantes na patogênese da endometriose e mais estudos são necessários para beneficiar mulheres que sofrem dessa doença.