Manejos e condutas nutricionais para crianças e adolescentes com leucemia em estado de desnutrição

Abstract

Toda neoplasia maligna que acomete indivíduos de até 19 anos de idade é definido como câncer infantojuvenil, sendo a leucemia, condição que ocorre devido a proliferação das células hematopoiéticas que leva à um mau funcionamento da medula à sua insuficiência, a de maior incidência nesta população. Existem dois tipos, a aguda e crônica, além de sua classificação segundo os tipos de glóbulos que afetam, podendo ser mieloides ou linfoides. Das diversas consequências presentes na doença e tratamento, há os sinais da má nutrição, que podem levar à desnutrição grave. Neste sentido, a terapia nutricional tem-se mostrado de grande valia para amplificar as possibilidades de restauração, campo no qual o nutricionista exerce influente papel junto à equipe multiprofissional. Objetiva-se, portanto, abordar as principais condutas, complicações e abordagens terapêuticas nutricionais mais adequadas frente ao cuidado hospitalar de crianças e adolescentes em desnutrição, acometidos pela leucemia. Para a realização desta revisão narrativa, utilizou-se livros e artigos científicos obtidos por meio das bases de dados Lilacs, PubMed, SciELO e Bireme nas línguas portuguesa e inglesa, compreendendo o ano de 2002 a 2021. Apesar dos estudos que abordam esta temática datam desde a década de 1970, diversos dissensos e muitas dúvidas são relatadas. É certo que a triagem nutricional é o ponto de partida quando o paciente é admitido, devendo-se valer de instrumentos validados e aplicáveis para que assim ações que monitorem, organizem e implementem a terapia nutricional sejam feitas. A avaliação de dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos são de suma importância para que o diagnóstico nutricional seja estabelecido e, incumbidos a isto, a presença, risco ou tendência da desnutrição e seus desdobramentos como a sarcopenia e caquexia possam ser identificadas. Dentre as opções de terapias nutricionais e vias de administração, é preciso compreender a situação atual do paciente e sempre monitorar visando segurança higiênico-sanitária e bem-estar. Alguns manejos são de grande valia na amenização de sintomas, assim como a suplementação de vitaminas carenciais, ressaltando-se maior cautela ao fazê-lo. A avaliação nutricional, conduta que engloba triagem, dados clínicos, bioquímicos, antropométricos e dietéticos leva ao estabelecimento da terapia nutricional mais adequada ao caso clínico, sendo esta isenta de um padrão ouro, devendo-se ser individualizada, de forma a considerar a resposta do enfermo, o acordo entre a equipe multiprofissional envolvida e seus familiares, visando proporcionar melhor prognóstico e qualidade de vida.