A relação entre o transtorno depressivo e o uso de etanol : causa ou consequência?

Abstract

A depressão é um distúrbio mental que faz parte dos transtornos de humor. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de 350 milhões de pessoas apresentam esse transtorno mundialmente. Ela pode ser desenvolvida devido a fatores genéticos, psicológicos ou sociais, sendo então dividida em depressão endógena ou reativa. Pacientes depressivos podem também apresentar problemas em relação ao consumo de etanol. O trabalho é uma revisão da literatura e teve como objetivo geral descrever o transtorno depressivo e inter-relacionar o uso do álcool com a depressão. A hipótese monoaminérgica da depressão descreve a causa desse transtorno como uma deficiência dos neurotransmissores serotonina, norepinefrina e dopamina. Além desse fator, um aumento de cortisol e glutamato, e uma diminuição de uma neurotrofina, o BDNF, têm grande relevância nesse contexto. O alto consumo de etanol por longos períodos de tempo traz muitas consequências negativas, inclusive corrobora para o desenvolvimento de depressão. Etilistas crônicos apresentam carências nutricionais, o que prejudica a síntese de neurotransmissores levando a uma diminuição destes, além de contribuir com a neurodegeneração. O etanol pode ser consumido como uma forma de aliviar os sintomas depressivos, ou também os problemas relacionados ao seu consumo podem ser responsáveis pela depressão. Desta forma, essa droga pode ser tanto causa quanto consequência da depressão. É necessário que seja feito um diagnóstico minucioso e particular para cada paciente, sendo imprescindível saber qual dos dois transtornos deu início ao outro, para que se alcance um tratamento de sucesso.