Comunicação bidirecional entre a privação de sono e o padrão de secreção de citocinas pró-inflamatórias

Abstract

O sono apresenta diversas funções no organismo, sendo essencial para a manutenção da homeostase. Nas últimas décadas vem ocorrendo uma diminuição no tempo de sono dos indivíduos. A restrição ou privação de sono é muito comum na sociedade moderna e tem efeitos prejudiciais ao organismo. Existe uma comunicação bidirecional entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema imune, e a restrição de sono já foi relacionada com a alteração do padrão de citocinas. Este estudo teve como objetivo avaliar a relação entre a restrição ou privação de sono e a alteração de citocinas pró-inflamatórias, no SNC. Realizou-se uma revisão bibliográfica, a partir da seleção de artigos nas bases de dados Medline, Google Acadêmico e nas bibliotecas virtuais SciElo, Pubmed e Lilacs, além da consulta a livros encontrados na biblioteca Padre Inocente Radrizzani. Foram incluídos artigos publicados na íntegra, em periódicos indexados, nos idiomas português, inglês e espanhol, sem seleção de período. Nos quadros inflamatórios e infecciosos é muito comum que o indivíduo apresente alterações no sono, principalmente o aumento desse. A privação de sono está relacionada ao aumento na suscetibilidade a infecções, alteração de leucócitos e alteração no padrão de citocinas. De forma geral, as citocinas pró-inflamatórias são indutoras de sono, em especial a interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral-a (TNF-a). A privação de sono já foi relacionada com o aumento de citocinas próinflamatórias, o que pode levar a um quadro de neuroinflamação e causar diversas consequências, como, por exemplo, o desenvolvimento da depressão. Assim, a preservação da qualidade do sono é essencial para prevenir a alteração de citocinas no SNC e suas consequências.