Infecções por clostridium defficile e o transplante de microbiota fecal como melhor opção terapêutica.

Abstract

Infecções por Clostridium difficile (CDI) são uma das principais causas de diarreia infecciosa associada a antibióticos. Atualmente, metronidazol e vancomicina são os medicamentos mais comumente utilizados nesses casos. Embora a maioria dos pacientes apresente resposta clínica às terapias antimicrobianas existentes, a infecção recorrente pode se desenvolver em até 30% dos pacientes. Com o aparecimento recente de cepas hipervirulentas de Clostridium difficile, a CDI tornou se uma doença de grande relevância clínica, apresentando taxas mais elevadas de recorrência, aumentando a gravidade e a mortalidade. O transplante de microbiota fecal (FMT) é um tratamento alternativo para o CDI recorrente. A melhor compreensão da microbiota intestinal e seu papel nesta infecção abriu portas para essa abordagem terapêutica promissora. Acredita-se que o FMT possa regular a disbiose, restaurando a diversidade da microbiota intestinal, rompendo assim, o ciclo de infecções recorrentes. Desde o primeiro relato do uso de FMT para CDI recorrente em 1958, vários estudos têm demonstrado a eficácia deste método, com taxas de cura de aproximadamente 90% em comparação com a antibioticoterapia padrão.